Empregados em greve realizam assembleia para definir se aceitam proposta da direção da APR
Os empregados da APR (Associação Paranaense de Reabilitação) lotados no CHR (Centro Hospital de Reabilitação) em greve há sete dias, realizam assembleia hoje, 22 de fevereiro, ás 12 horas, para decidir se aceitam ou não a proposta da Direção da APR de suspender temporariamente a paralisação por 15 dias até que a Secretaria Municipal da Saúde repasse os recursos que foram prometidos para pagar os salários atrasados.
A proposta da direção da APR para suspender a greve - que até então não havia aberto nenhum canal de negociação com o SENALBA-PR e os Sindicatos dos: Psicólogos, Fonoaudiólogos, Nutricionistas, Fisioterapeutas e Assistentes Sociais, entidades que representam os profissionais liberais contratados pela entidade – foi apresentada ontem, 21 de fevereiro, durante a audiência de conciliação ocorrida na Procuradoria Regional do Trabalho (PRT).
Os trabalhadores da APR estão sem receber o 13º salário de 2015, os salários de setembro e outubro de 2106 e o salário de janeiro de 2017. A APR também não está pagando as férias e não vem depositando em dia o FGTS. Na audiência o presidente da APR, Edson Luiz Machado de Camargo confirmou que entidade depende de recursos municipais para quitar os salários e benefícios. Ele informou que a dívida do Município com a APR é de aproximadamente 600 mil reais.
Segundo o presidente da APR, hoje a direção da entidade tem uma reunião com superintendente de Gestão e Saúde do Município de Curitiba, Márcia Husulak para avaliar os serviços prestados e definir o repasse de recursos referentes ao convênio. Ele disse ainda, que a FUNEAS (Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná) deverá também em 20 dias transferir os recursos que ainda estão pendentes com a APR. Para isso, a APR deverá apresentar em cinco dias planilhas individualizadas de tudo que ainda deve aos funcionários.
Atrasos recorrentes
O vice-presidente do SENALBA-PR, Marcelo dos Santos relatou ao procurador do Trabalho, Luiz Antônio Vieira que nos últimos anos, a APR atrasou várias vezes o pagamento de salários. “Em setembro de 2016, após o inicio de uma greve, os Sindicatos se reuniram com a Secretaria da Saúde e FUNEAS para cobrar repasses de recursos. Na época , informalmente os empregados ficaram sabendo que os recursos da SESA chegaram e que a APR só quitou os salários em atraso, ficando devendo os demais benefícios”, explicou.
Na audiência de conciliação, os Sindicatos solicitaram que constasse na ata que não concordam com nenhum desconto de salário dos dias referentes á greve. Segundo Marcelo dos Santos, a Assessoria Jurídica do SENALBA-PR irá ingressar com medida judicial cabível para recebimento dos valores salariais em atraso.
Os problemas envolvendo atraso de salários na APR são antigos e foram motivos de outras greves ocorridas em 2015 e 2016. Até meados de setembro de 2016, a principal fonte de recurso da APR eram os convênios mantidos com o Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado da Saúde, mas no final do ano.
Desde setembro do ano passado, a FUNEAS (Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná) assumiu a administração contratando novos empregados para trabalhar no CHR. Mesmo assim, ainda permanecem no quadro do CHR empregados contratados pela APR os quais continuam sofrendo com os atrasos nos pagamentos dos salários.
O procurador do Trabalho, Luiz Antônio Vieira determinou que a ata da audiência seja encaminhada ao presidente da FUNEAS, Carlos Alexandre Lorga e também o secretário Municipal da Saúde, João Carlos Gonçalves Baracho que se manifestem no prazo de cinco dias sobre os problemas nos atrasos de repasses de recursos públicos à APR. Segundo ele, o atraso dos recursos á entidade já está causando graves transtornos no atendimento dos usuários do Centro Hospitalar de Reabilitação .