1º DE MAIO - DIA DO TRABALHADOR
Por Juvenal Pedro Cim
No Brasil, o 1º de Maio foi instituído como feriado nacional e Dia do Trabalho através do decreto do Presidente Arthur Bernardes, em 1925, embora a primeira comemoração tenha ocorrido em 1895, em Santos, por iniciativa do Centro Socialista.
A origem do 1º de Maio quase todo mundo conhece: nesta mesma data, em Chicago, nos Estados Unidos, trabalhadores saíram em passeata na busca da redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Essa passeata terminou numa chacina praticada pela polícia. Três anos depois, em 14 de julho de 1889, no primeiro centenário da Revolução Francesa em Paris, o Congresso Internacional Socialista proclamou o 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalho, em homenagem aos Mártires de Chicago.
O 1º de Maio é sempre um momento de reflexão para os trabalhadores sobre os problemas que os atormentam, mas também para homenagear aqueles que dedicaram a vida à defesa dos direitos de seus companheiros de trabalho.
A pauta reivindicatória dos trabalhadores brasileiros é extensa e alguns dos problemas são tão antigos como o Brasil. A luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, distribuição de renda justa, salário mínimo, inflação, pleno emprego, saúde, segurança, combate a pobreza, moradia, meio ambiente, lazer, cultura, participação nos lucros e resultados, baixos salários e rotatividade.
A valorização do salário mínimo foi o principal instrumento que possibilitou o processo de ascensão social no Brasil. Ainda assim, cerca de 8% da população brasileira vive em extrema pobreza, com renda familiar per capita inferior a R$ 70,00 mensais. Com isso, vemos que no quesito de divisão de renda e riqueza, o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo.
A renda básica civil seria um grande salto civilizatório da globalização. No entanto, a essencialidade neoliberal está no individualismo. Por isso, é cada vez mais difícil a ação coletiva dos Sindicatos de reunir e agregar. O poder de representação coletiva dos Sindicatos está sendo limitado ou eliminado.
Na última década, mais de 140 países fizeram reformas trabalhistas, a maioria de cunho neoliberal. O egoísmo e a competição parecem que viraram virtudes da modernidade. Os trabalhadores sofrem com a precarização, a insegurança, a desproteção individual e a desvalorização da negociação coletiva.
A desregulamentação econômica e financeira em curso desde os anos 1980, e a circulação descontrolada de capitais, bens e serviços sem objetivo social e ambiental se assemelha em larga escala a um neocolonialismo em benefício dos mais ricos.
O Brasil apresenta possibilidades imensas de crescimento em atividades como infraestrutura, comércio, educação, transporte, lazer, turismo e é isto que os trabalhadores brasileiros almejam neste 1º de Maio de 2023: a volta do crescimento econômico vigoroso com distribuição de renda e redução simultânea da pobreza e da desigualdade.
Enquanto isso não acontece vamos repetir o enredo do Carnaval de 1989 da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense:
“Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós!
E que a voz da igualdade
seja sempre a nossa voz”.