8 DE MARÇO, UM DIA DAS MULHERES E SUAS LUTAS!
Decretado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975, o dia 8 de março se tornou um marco internacional para recordar as lutas e conquistas das mulheres na busca pela igualdade. Atualmente tem sido caracterizado como um dia para cumprimentar e presentear as mulheres, gestos que focam apenas no lado sentimental e estão enraizados no consumismo de datas comemorativas. Esse dia merece sempre ser celebrado, então lembremos dos motivos que o fizeram tão importante para que possamos refletir sobre nossas lutas diárias. Também lembremos que as crianças de hoje logo serão as mulheres de amanhã e continuarão suas lutas pela valorização e equidade de direitos.
As lutas das mulheres pelos direitos sociais, políticos e pela equidade profissional, racial e de gênero tem seus primeiros registros históricos no final do século XIX em alguns países da Europa, nos Estados Unidos e na Rússia. Em fevereiro de 1857, nos EUA, operárias das indústrias do vestuário realizaram uma greve por melhores condições de trabalho. As duras e longas jornadas laborais, os salários que perfaziam a metade dos salários que os homens recebiam pela mesma atividade, os abusos sexuais nos ambientes de trabalho, os adoecimentos e mortes precoces, inclusive de crianças, mobilizaram a luta destas mulheres operárias. Este movimento foi reprimido com violência. Em 1908, este ato foi rememorado pelas mulheres com reivindicações pelo direito ao voto e pelo fim do trabalho infantil nas fábricas. A partir daquele ano, tanto nos EUA quanto na Europa passou a ser celebrado o Dia Nacional das Mulheres. Em 1910, na Primeira Conferência Internacional de Mulheres realizada na Dinamarca foi aprovada a proposta de instituir um Dia Internacional da Mulher. Já no ano seguinte, em 19 de março, mais de um milhão de pessoas celebraram o Dia Internacional da Mulher na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Alguns dias depois, em 25 de março de 1911, as instalações prediais precárias na fábrica textil da Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque, ocasionaram um incêndio que matou 129 operárias dos 146 trabalhadores. Em 8 de março de 1917, na Rússia, as mulheres operárias do setor têxtil iniciaram uma greve por melhores condições de trabalho, contra a fome e contra a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Sua marcha pelas ruas de São Petersburgo chamou à luta todos os trabalhadores contra a repressão do Czar. Estas mobilizações marcaram o início da Revolução Russa.
Em nosso contexto, dentre os trabalhadores representados pelo SENALBA-PR, estimamos que 60% sejam mulheres. Este percentual indica que a luta das mulheres pelo reconhecimento profissional e as oportunidades de emprego está se viabilizando, pelo menos nas Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social e Formação Profissional. Mesmo assim, no âmbito sindical encontramos dificuldades para aproximação junto as mulheres. Na atual diretoria do Sindicato temos apenas três mulheres dentre os vinte cargos preenchidos, sendo que dentre os Associados as mulheres representam 45% do quadro social. Para a nova chapa inscrita para as eleições sindicais do SENALBA-PR que ocorrerá no dia 4 de abril, três novas mulheres estão participando, elevando assim o quantitativo de seis mulheres dentre os vinte integrantes da chapa. O quantitativo de mulheres na gestão do SENALBA-PR ainda é desproporcional, mas é importante destacar que vem aumentando a participação feminina em cada mandato.
O SENALBA-PR há mais de 10 anos coloca em pauta a reivindicação da licença maternidade por um período de 6 meses, o que seria um benefício exclusivo das mulheres e principalmente para as crianças recém-nascidas. Até o momento, foram apenas duas Entidades que concordaram em negociar esse benefício, por isso devemos reverenciá-las: FUNPAR (5 meses) e o SINDICLUBES (Sindicato Patronal dos Clubes e Academias – 6 meses). Via de regra as Entidades repetem a cada ano que “vale o que está na lei”. Mas essa luta será eterna e essa bandeira o SENALBA-PR irá empunhar sempre!
A Diretoria do SENALBA saúda as mulheres da categoria, bem como todas as mulheres, porque todas são trabalhadoras sejam elas empregadas, empreendedoras ou do lar! Nesse dia gostaríamos de recomendar a todas e todos que reúnam sua família e contemplem o filme “As Sufragistas”. Lançado em 2015, o filme retrata a história das mulheres que enfrentaram seus limites na luta por igualdade social e pelo direito de voto. Assista o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=e88IJJv7PLQ
Veja o levantamento do DIEESE sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho.
UM VIVA AS MULHERES, HOJE E SEMPRE! UM VIVA ÀS SUAS LUTAS, SUAS HISTÓRIAS E À BUSCA PELA EQUIDADE DE DIREITOS!